A maioria das deformidades da orelha não se corrige espontaneamente. Aquelas relacionadas com o trauma do parto ou as deformidades menores, melhoram significativamente ao final da primeira semana de vida. Portanto, a identificação, feita pelo pediatra ou pelos pais, da orelha em abano ou com outras deformidades, deve ser acompanhada da adequada orientação aos familiares quanto a possibilidade de tratamento precoce.

O impacto das orelhas com deformidade na auto-estima e inclusão social das crianças tem sido melhor entendido pelas famílias e o bullying relacionado a este problema tem sido mais valorizado pela nossa sociedade. As orelhas em abano ou com outras deformidades, apesar de se apresentarem ao nascimento, tem indicação de correção cirúrgica apenas a partir dos 4 ou 5 anos.

A utilização de um molde individualmente projetado ou um molde comercial (autorizado pela ANVISA), deve ser aplicado idealmente nas primeiras três semanas de vida do bebê, quando ainda se observa maior nível de estrógeno materno circulante, que aumenta a síntese de proteoglicanas e a quantidade de ácido hialurônico, favorecendo a reorganização e moldagem do tecido cartilaginoso da orelha. Pode se obter bons resultados até o fim do segundo mês de vida.

O molde é aplicado, sem necessidade de anestesia ou incisões e deve ser trocado ou modificado a cada 2 ou 3 semanas, no período de 6 a 9 semanas ou até o bebê completar 3 meses. Portanto, a moldagem adequada e os cuidados diários com a orelha especial evitarão uma futura cirurgia.

Não existe a indicação para aplicação do molde em casos de microtia.

Cada paciente é um caso diferente e específico e requer um cuidado médico individualizado.